Cantos da FlorestaIniciação ao Universo Musical Indígena

O Toré dos indígenas do Nordeste


Atividade de escuta dos torés. 

Sugerimos ouvir o CD Cantando as culturas indígenas com diversos cantos dos Kariri-Xocó, Xucuru-Kariri, Pankararu, Truká, Tumbalalá, Tupinambá e Pataxó-Hãhãhãe, produzido pela ONG Thydêwá cujos áudios estão disponíveis em http://www.iteia.org.br/audios/cantando-as-culturas-indigenas

Você pode tocar trechos de todas as músicas ou montar uma sequência com as que mais achar mais interessantes e criar uma escuta com seus alunos.

  • Após pedir para os alunos sentarem confortavelmente e fecharem os olhos, tocar a sequência dos trechos musicais  escolhidos.
  • Ao final de cada trecho, pedir para que seus os alunos anotem suas sensações, imagens e percepções de instrumentos, vozes, elementos musicais evidentes, entre outras observações.
  • Ao final da escuta, pedir que cada um compartilhe suas impressões sobre as músicas, estimulando uma conversa entre todos do grupo.

Depois da sessão de escuta e do bate-papo com seus alunos, seria interessante pedir para que cada grupo escolha um dos povos cuja música foi tocada. Propor para que pesquisem e tragam mais informações sobre cada um dos grupos indígenas e mostrem fotos,  vídeos  e outros áudios, numa apresentação coletiva. Assim, todos compartilharão dos conhecimentos que cada grupo pesquisou.  

Pankararu – Recife – 2014 Mascaras Praiá na dança do Toré.

 
Sobre o toré

O Toré é uma expressão espiritual-religiosa de grande importância no Nordeste indígena. Sim, quem pensa que não há indígenas no Nordeste, se engana. Segundo os dados do IBGE de 2010, no Nordeste, encontra-se a segunda maior população indígena no Brasil (27,8%). Embora, por muitas décadas, esses indígenas não se auto-denominavam indígenas, atualmente, vêm ocorrendo um processo de recuperação dessas identidades, que é fortalecido pelo ritual do Toré.

No Toré existem os Encantados, os Praiá, os pais do Praiá e os dançadores. Quem vai “levantar o Praiá”, deve fazer uma roupa e uma máscara de palha de ouricuri, que serve para encobrir a personalidade do dançador. Durante o ritual, que pode durar várias horas, esse dançador materializa os seres espirituais – ou Encantados.

Encontram-se torés em alguns estados dessa região como por exemplo, na Bahia, entre os Kiriri, Pataxó e Tumbalalá; em Alagoas, entre os Kariri-Xokó, Kalankó; e em Pernambuco, Ceará e Paraíba,  entre os Pankararu e Xukuru. Para esses grupos, o Toré está relacionado ao desejo de retomar as tradições antigas para garantir a sua identidade indígena e demarcar os seus territórios.

 

VOCÊ SABIA?


A maior parte dos grupos indígenas do Nordeste se concentra na bacia do rio São Francisco, junto a suas margens quanto dos seus afluentes, nos estados da Bahia e Pernambuco. Depois da expulsão dos holandeses, na segunda metade do século XVII, deu-se início à conquista do interior do Nordeste e se instaurou a “Guerra dos Bárbaros”, uma série de ações armadas contra indígenas. No rio São Francisco se estabeleceram missões religiosas que proibiam os indígenas de falarem suas línguas. Os povos indígenas que restaram foram estigmatizados e, por muito tempo, se esconderam sob a condição de ‘caboclo’ principalmente, no sertão de Pernambuco, lugares de refúgio como quilombolas mesclados a populações negras.

PARA VER


Indicamos dois vídeos: um, com  Toré dos Pankararu, disponível em https://mirim.org/node/17217 e outro, com cantos dos Fulni-ô Tapuya, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_F-waJgE79g


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