Cantos da FlorestaIniciação ao Universo Musical Indígena

Escutando Zana Makatipa, Kurupira

Essa é uma canção que se refere ao ser mitológico Curupira e pode ser interessante de agregar ao repertório de seu grupo, pois esse ser fantástico está presente em diversas histórias tradicionais.
Outro aspecto de destaque é observar que a melodia de Zana Makatipa, Kurupira é semelhante à da canção infantil de origem portuguesa “A machadinha”, revelando a história dos próprios Kambeba que tiveram um contato intenso com os colonizadores ibéricos. A seguir, sugerimos algumas possibilidades de escuta:

  • Ao ouvir a música da curupira dos Kambeba, perceba quantas vezes se repete as primeiras frases e como se dá a repetição nas estrofes seguintes.
  • Você pode enfocar a letra da cantiga e observar que a história vai sendo narrada desde a aproximação da curupira, até ela tomar o payaru e ir embora.
  • Ao ouvir a música marcando o pulso, perceba em que momentos a melodia se modifica levemente para “encaixar” a letra da canção. Tente descobrir quantas ‘notinhas’ a mais precisam ser cantadas quando a letra ganha outras palavras. Pode se tornar um ótimo exercício de percepção para seus alunos.

 

 

Conectando com Minha Machadinha

  • Você deve ter percebido que a melodia Kambeba é semelhante a uma canção brasileira de origem portuguesa: Minha machadinha. Um ótimo começo de trabalho pode ser compará-las com seus alunos propondo que descubram o porque elas soam parecidas.
  • Você pode propor um trabalho de percepção melódico-rítmico com essas duas canções. Se tiver à disposição instrumentos melódicos, poderia propor que os alunos “tirassem de ouvido” a melodia das duas canções e as escrevessem. Você pode escrever as notas sem o ritmo, caso não dominem a escrita tradicional. A partir desse registro melódico, será bem mais fácil localizar onde as duas melodias são semelhantes e onde são diferentes.

VOCÊ SABIA?


A palavra curupira provém da família linguística Tupi-Guarani e significa ‘corpo de criança’. É uma junção da palavra curumi, que significa criança, e pira, que quer dizer corpo. Para os Kambeba, curupira seria uma mulher mas em outros lugares seria um homem.

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